quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Ah! O Eterno Amor...

Conheci este estória, através de Cidália Carvalho, e a admirei por dois motivos:

1º Contos de amor e morte fazem o tipo de literatura que mais admiro;
2º Renova minha fé na existência do amor.

Espero que gostem:

"Um dos lugares mais carregados de simbologia na prisão de Kilmainham Gaol, em Dublin, é a capela. Simples, com um modesto altar colocado no lugar onde antes tinha sido uma porta, acesso a um pátio onde fuzilavam os presos cuja sentença ditava esse fim. Naquela capela realizou-se um casamento que teria apenas a duração do dia seguinte. Não sei que felicidade experimentaram, mas o anúncio da vida interrompida do noivo - decisão inalterável, só pode ter-lhes causado uma imensa dor.

Joseph Plunkett, com 25 anos, um dos líderes da resistência irlandesa, foi preso em 1916, julgado e condenado à morte. Apesar do peso desta condenação a sua namorada, Grace Gifford, quis casar antes que fosse cumprida a sentença. As autoridades deferiram o pedido e a cerimónia do casamento decorreu na singela capela da prisão Kilmainham Gaol onde Joseph Plunkett estava preso. Quando a cerimónia terminou Joseph foi novamente para a sua cela e a recém esposa, agora Grace Plunkett, foi acompanhada à saída da prisão. Aí permaneceu, enconstada ao muro, até às 4 horas da manhã, hora a que ouviu os tiros que tiraram a vida ao seu amado.

Poucos terão tido a honra de testemunhar este ato de amor, mas houve alguém que, com a sua bondade, surpreendeu a desgraçada Grace. No dia anterior à data do casamento, chorosa, foi comprar as alianças. A sua imagem de tristeza não combinava com o ato que iria realizar e suscitou a curiosidade do ourives que, depois de saber o que se passava, ofereceu-lhe as alianças mais caras que tinha na loja, onde estava escrito:

Enquanto houver alguém que nos credibilize como humanos, a vida tem valor e o nosso futuro é possível.

Não sei que força animou Grace para, naquela madrugada, abandonar o muro que a separava do pátio onde jazia o seu marido. Não me custa crer que, no seu entendimento, a melhor maneira de o chorar seria empreender a sua luta. Ela não voltou a casar mas voltou àquela prisão, no período da guerra civil, então como reclusa."



Um comentário:

  1. Puxa, a história é bem bonita, mas muito trágica.
    O mais marcante nesta história foi a frase nas alianças:
    "Enquanto houver alguém que nos credibilize como humanos, a vida tem valor e o nosso futuro é possível."
    Tem tudo haver,principalmente com o mundo de hoje em dia, cada vez mais frio e caótico.
    O que mais precisamos hoje em dia é de pessoas que nos tratem como seres humanos, e estas são as pessoas mais especiais e inesquecíveis de nossas vidas.
    Nunca deixe de acreditar no verdadeiro amor.
    Abraços,

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